TOP 10 – Melhores Álbuns de 2014

2014 foi um ano bastante agradável para o mundo da música. Foi um ano de grandes concertos, grandes eventos e até de grandes álbuns e, mesmo considerando que já estamos em Fevereiro de 2015, não podia deixar de fazer um Top 10 dos Melhores Álbuns de 2014. Aviso, desde já, que se trata apenas de uma opinião pessoal.

Nº 10: Chet Faker – Built on Glass

Built on Glass trata-se do primeiro longa duração do projeto do australiano Nicholas James Murphy. É uma mistura suave a agradável ao ouvido de música eletrónica, com alternativa e soul. Um álbum que tanto é capaz de nos fazer relaxar como dançar.

Um homem, uma capa minimalista, mas um som muitíssimo bem elaborado.

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Nº 9: The Black Keys – Turn Blue

Os norte americanos Patrick Carney e Dan Auerbach, mais conhecidos como The Black Keys, voltaram em 2014 com o seu 8º álbum. Depois do imensamente aclamado El Camino, lançado em 2011, a fasquia era alta para a dupla e, na minha opinião, eles conseguiram atingir o objetivo de lançar mais um excelente álbum.

Turn Blue desvia-se do estilo a que os Black Keys nos habituaram com álbuns como Brothers ou El Camino e, em vez de apostar num rock n roll recheado de riffs fortes e até agressivos, a dupla encontrou conforto numa onda mais melódica, num álbum cheio de blues e até algum psicadelismo. Tão bom como El Camino? Talvez sim, talvez não, mas, sem dúvida alguma, um excelente e hipnótico álbum!

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Nº 8: Dead Combo – A Bunch of Meninos

Os portugueses Tó Trips e Pedro Gonçalves dominaram 2014 com o seu 6º longa duração “A Bunch of Meninos”.

Meus caros leitores, se ainda não ouviram Dead Combo, peço que não subestimem o valor destes senhores por eles serem nacionais! Respeitando o ditado “o que é nacional é que é bom”, os Dead Combo trouxeram-nos uma obra prima recheada de rock n roll, blues e fado. Uma mistura espetacular que faz da dupla um dos grandes motivos de orgulho da nação portuguesa.

Na minha opinião, um dos melhores trabalhos dos Dead Combo até à data.

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Nº 7: Caribou – Our Love

Our Love é o sexto registo de estúdio do projeto eletrónico do canadiano Dan Snaith.

Se forem como eu, a música eletrónica não vos assiste. Músicas de discotecas e de DJs nunca foi algo que me chamasse muito. Mas, de vez em quando, surge um ou outro artista ou álbum com um estilo diferente de eletrónica que não só me cativa como me chega a apaixonar. Caribou e o álbum “Our Love” são um forte exemplo disso. Um dos melhores álbuns eletrónicos que já ouvi. Um álbum que tem tanto de relaxante como de dançável, repleto de sons complexos e bem construídos. Simplesmente apaixonante o álbum sucessor do aclamado “Swim”.

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Nº 6: Run the Jewels – Run the Jewels 2

Porque a vida não é só feita de rock e música alternativa, na 6ª posição do meu top vem um álbum de hip-hop. E não é só um álbum de hip-hop qualquer. Este trata-se de um dos melhores e mais agressivos álbuns de hip-hop que este que vos escreve já teve o prazer de escutar.

A dupla Run the Jewels, constituída pelos norte-americanos El-P e Killer Mike, atacaram 2014 com uma bomba em forma de álbum. Versos complexos e agressivos, beats pesados e bem coordenados e uma excelente capacidade para “rappar” por parte de El-P e Killer Mike, fazem deste álbum um dos mais poderosos álbuns de hip-hop dos nossos tempos. E, para além de tudo o que já foi referido, este álbum conta com participações especias, com destaque para o vocalista dos grandes Rage Against the Machine, Zac de la Rocha.

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Nº 5: Death From Above 1979 – The Physical World

Mais um álbum feito por canadianos a chegar a este top 10. A dupla Sebastien Grainger e Jesse F. Keeler voltou aos álbuns, 10 anos depois de lançarem o seu genial álbum de estreia “You’re A Woman, I’m a Machine”. Entre o primeiro álbum e este último, a banda atravessou uma grave e agressiva separação em 2006 pois, segundo os membros, “simplesmente deixaram de ser amigos” e “já não se suportavam”, mas, em 2011, por pedido do público, os dois fizeram as pazes e voltaram aos palcos e, no ano passado, voltaram aos álbuns com “The Physical World”.

Este álbum que coloco na 5ª posição não é um álbum que qualquer um irá gostar. Um som pesado e agressivo feito por apenas bateria e baixo e um ocasional sintetizador é o que melhor descreve este álbum. Para além da sonoridade pesada, este álbum é dotado de ritmos que são tão agressivos como viciantes.

Um álbum excelente que irá certamente agradar aos fãs de rock pesado.

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Nº 4: The War on Drugs – Lost in the Dream

Uma prova que o bom velho indie rock não está morto! A banda de Adam Granduciel (da qual fazia também parte Kurt Ville, antes deste se retirar para seguir uma carreira a solo), trouxe ao mundo, em 2014, o seu terceiro álbum de estúdio e, caros leitores, este álbum é um autêntico presente para os fãs de música.

O álbum foi inspirado na depressão pós-tour sentida por Adam Granduciel, que sentiu imensa dificuldade em adaptar-se à vida quotidiana depois da tour de 2011 dos The War on Drugs. Segundo o próprio, “depressão e paranóia” apoderaram-se dele. E ainda bem que assim foi pois esses sentimentos inspiraram um incrível álbum repleto de guitarras melódicas e de uma sonoridade que tanto é animadora como inspiradora e até melancólica. O melhor trabalho dos The War on Drugs até à data.

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Nº 3: Mac Demarco – Salad Days

Na terceira posição encontramos MAIS UM canadiano! Mac Demarco, com o seu segundo longa-duração “Salad Days”, conseguiu encantar o mundo. Ok, talvez não o mundo todo mas conseguiu, sem dúvida, encantar este que vos escreve.

Com este álbum simplesmente genial, descrito pelo seu estilo indie e psicadélico, Mac Demarco consegue proporcionar aos ouvintes uma autêntica experiência. Ao longo dos cerca de 35 minutos de duração deste álbum, o ouvinte é dominado por uma variedade de sentimentos. Este álbum consegue, em algumas músicas, deixar o ouvinte feliz, inspirado ou relaxado, e noutras consegue deixar-nos melancólicos e pensativos.

Um álbum que não só é dotado de excelentes e bem construídos sons alternativos e psicadélicos como é também mais do que um mero álbum. É uma experiência.

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Nº 2: Swans – To Be Kind

Poucas palavras existem que sejam capazes de descrever este álbum. O 13º álbum da banda norte-americana de rock experimental liderada por Michael Gira é uma das mais intensas experiências auditivas que já tive o prazer de viver.
Mais de duas horas de pura e crescente intensidade, sons diversificados, pesados e extremamente bem trabalhados e sincronizados. Um álbum rock, alternativo, experimental, barulhento e até orquestral. Uma autêntica obra prima em forma de álbum que certamente não fará os gostos de qualquer um.
Aconselho aos nossos leitores que se sintam curiosos quanto a este álbum que se predisponham verdadeiramente a viver uma experiência sonora incrivelmente intensa de duas horas. Não aconselhável aos leves de coração e aos ouvintes meramente casuais de música.

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Nº 1: Royal Blood – Royal Blood

Finalmente, o primeiro lugar. Num top maioritariamente canadiano, são os britânicos Mike Kerr e Ben Thatcher que dominam com o seu álbum de estreia.

Quando se ouve este álbum pela primeira vez, pode-se pensar que é feito por uma banda completa com pelo menos 4 elementos. Mas não. O poderosíssimo som que descreve este álbum é feito por duas pessoas. Um baixo espectacularmente distorcido e uma bateria forte e agressiva são os dois elementos que constroem a sonoridade dos Royal Blood.

Este álbum não se trata de uma experiência psicadélica nem nada disso. O que faz deste álbum um álbum vencedor é sua agressividade e forte sonoridade feita por apenas duas pessoas. Pouco mais de 30 minutos de riffs agressivos e fortes. Uma prova de que ainda se faz boa música agressiva.

Os autores deste espectacular álbum irão dar o seu primeiro concerto em território nacional a 2 de Abril, no Coliseu dos Recreios em Lisboa.

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Para além do top, houve mais álbuns em 2014 que merecem pelo menos uma rápida menção. São eles:

– Alt-J – This is All Yours

– Childhood – Lacuna

– Foster the People – Supermodel

– TV on the Radio – Seeds

– Jack White – Lazaretto

– Interpol – El Pintor

– Aphex Twin – Syro

– Future Islands – Singles

– Damon Albarn – Everyday Robots

– Bombay Bicycle Club – So Long, See You Tomorrow

Adivinha-se mais um grande ano de música em 2015, com a previsão de álbuns de bandas e artistas como The Vaccines, Mumford and Sons, Palma Violets, Circa Waves, The Libertines, Foals, Django Django, Kendrick Lamar, CHVRCHES, Tame Impala, entre outros.

Recordo que tudo o que está escrito neste artigo não passa da opinião pessoal deste que vos escreve.

Tiago Santos, 2015 – Prelude

2 responses to “TOP 10 – Melhores Álbuns de 2014

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